Hoje quero cru. Primitivo. Quero terra molhada por entre dos dedos. Quero o cabelo enrodilhado expelindo os medos. Quero a sopa fria. O mar quente. Quero o desejo de voltar a mim. Ardente. Quero o selvagem que de mim não sai. Quero o todo de ter nada. E com isso me contentar. Quero o relento. Quero o risco. Quero o abismo. Para o meu salto de fé. Quero a lua. Quer-me o sol. E eu quero a rua, tanto quanto me querem, como a tal. Quero o vento e quem sabe o sal. Quero a luz. Quer ver-se livre de mim. O mal. Quero o silêncio. O pé descalço. Quero-me sem rumo. Sem regaço. Quero-me só, até acordar. Pois não me queiram colocar. Numa gaiola dourada para “me proteger”. Dizem-me. Quando preciso apenas. De poder voar.
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Olá,
Não é meu costume, nem sequer hábito responder a publicações que vou lendo.
Também vou escrevendo algumas coisas no meu dia a dia, que, quem sabe onde dia poderão ser músicas!
Hoje de manhã, ao ler o texto que a Bárbara enviou… as palavras fluíram e deram no que agora partilho.
Numa de dizer que há pessoas que nos inspiram, sem saber como e porquê.
A Bárbara inspirou-me. Agradeço-lhe. Algumas frases/palavras (como facilmente perceberá) são de seu cunho.
Apropriei-me delas, porque em frases “soltas” surgiram. Espero que não me leve a mal… e não me processe! 😊
Vítor.
Hoje quero ser Eu, no meu primitivo silêncio
Quero a terra molhada e a língua salgada
Do sabor de um refúgio por encontrar
O pé descalço do verbo amar
Quero o cabelo enrodilhado
E a alma ensopada de amor
O teu abraço fechado
No corpo nu ao meu redor
Quero o desejo de voltar a mim
Do relento que trago, pele carmesim
E se a noite vier para me levantar do chão
Quero a lua. Só a lua pra me encantar, então.
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Que lindo! Obrigada pelas palavras. Me inspira também 🙂 vamos partilhando palavras…
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Parabéns pela suavidade de suas palavras.
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