Às vezes dói muito. Doi tanto que não sabemos como chegaremos emocionalmente vivos ao dia seguinte. É nesse momento que temos a oportunidade latente de resolver essa parte de nós. É quando doi mais que a vida nos dá uma segunda, talvez terceira ou até mesmo quarta change de verdadeiramente transformarmos o que nos doi. Porque não é quando estamos bem que evoluímos. É sim, quando somos postos à prova com dedos nas feridas. E é preciso olhar para as feridas para as curarmos. Não falo dos arranhões superficiais. Esses é só dar-lhes tempo, deixá-los respirar e esperar que a crosta caia por si. Falo das feridas internas, das profundas. Das que muitas vezes estão lá sem sabermos. Porque estão dentro e longe dos olhares. E só quando dão sinais de existência é que podemos reconhecê-las e sará-las. E essas implicam cuidados mais profissionalizados. Melhor estudados. Mais cuidadosos.
Assim, quando reconheço alguma dessas feridas em mim, dedico tempo a olhar para elas. Não olho com a mente para tentar perceber de onde vem. Olho com o coração para depositar amor nelas. E fico ali, em observação. Só a olhar, cuidar e amar. Amar as feridas desinfecta, desinflama e cura. A fundo. Por isso, a única coisa que faço é levar a minha atenção para onde doi. E fico aí. Em total presença. Até deixar de doer. E deixa mesmo de doer. Incrível como qualquer ferida se cura só porque lhe demos a devida atenção. Porque essas partes só doem porque houve falta de amor algures no tempo das nossas vidas.
E assim, rapidamente regresso ao meu estado de amor por mim e pelo mundo. Porque nada do que vivemos é em vão. E as oportunidades estão aí, para nos desenvolvermos e nos tornamos em queremos ser, e que na verdade, já somos sem saber. ❤
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