O amor vive de limites e ninguém sabe. Quase todos acham que amar é estar “sempre lá”, suportar tudo e cuidar sempre, e nunca desistir do outro. Pois nem sempre é assim. Amar é muitas vezes dizer “Não”. Cortar com partes tóxicas das relações e conhecer os nossos próprios limites. Pois só amamos verdadeiramente o outro quando nos respeitamos de forma séria e comprometida.
Não somos responsáveis pela felicidade de ninguém e até os nossos filhos precisam de experimentar a acidez da vida para aprender a saborear o doce.
Acredito que cada um deve gerar o seu dia-a-dia feliz. Deve ser “vítima” apenas da sua auto-motivação, e resolver-se dentro para poder entregar fora. E há pessoas que confundem isto. São tão infelizes por dentro que acham que ou outros têm obrigação de lhes dar amor fora, só porque “fazem tanto pelos outros”, quando na maior parte das vezes “os outros” não pediram nada a esse alguém. Hábitos de dependência assentes em carências são perigosos para todos. E por isso quem tiver maior dircernimento deve dizer “Não” às exigências dos mal amados, e usar “basta” até o amor incondicional ser humanamente possível. E viável.
Costumo ser drástica com as pessoas carentes. Porque se alimentarmos essa carência vai achar para sempre que é o outro que a tem que nutrir e nunca aprenderá a se libertar sozinha. Repito a receita comigo e as minhas carências e resolvo-as eu. Não somos mães nem pais do mundo. E esse mundo não deve ser carregado às costas. Pode sim, ser amado com limites, até os limites poderem deixar de existir, e nós conseguirmos navegar em mar aberto, neste amor, em que basta entrar, seguir e desfrutar.
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