Às vezes a Mel desaparece por horas. E eu preciso de a deixar ir. Preciso de esperar para que ela regresse. Com a calma e tranquilidade de quem sabe que quem se ama volta sempre. Apesar de saber que um dia ela pode nunca voltar para casa.
Viver em liberdade é permitir que assim se viva à nossa volta, é ter dentro um nível de despojamento pela felicidade do outro tão grande, que a única garantia, é a de se oferecer um colo doce a quem decide voltar.
Também ela me espera. E me deixar ir por meses a fio à minha vida. E nem reclama. E me ama. Com a mesma intensidade. Sempre.
A liberdade vem com a coragem de partir e deixar partir, e certeza de voltar. Aos lugares que amamos e somos amados. De sair dos lugares onde não somos amados para às vezes regressar ao ponto de partida sabendo que “não era bem assim”. A liberdade vem por contagio de alma ferozes pela vida e insessantes nas suas buscas pelo amor profundo dentro de si. Há um fogo inato nas almas livres. Elas sabem ignorar as correntes, viver as brisas que levam, e ficar onde a serenidade as completa.
Elas sabem amar o mundo. Que são. Dentro de si. ❤️
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