Estamos afogados em informação e quase ninguém se apercebe. Quase ninguém se lembra que precisamos do vazio de tudo tanto quanto precisamos de respirar. Precisamos da ausência de agenda. De nada para fazer. De nos aborrecermos nos dias para nos podermos regenerar. O overload de informação só leva à exaustão. À incapacidade de ganhar discernimento. Precisamos do vazio para conseguirmos ouvir o que nos vai dentro. Quando o mundo se revela aos gritos, é no sussurro que encontramos a paz. No piar baixinho. Nas ondas que se desenrolam ao de leve nos nossos pés. É no caminhar com calma. Fazer devagar. E observar com tempo, que conseguimos chegar a nós. Há muitos que se perdem. Não sabem que a voz do caminho é doce. E como todas as doces vozes, não gosta de se escancarar nos festivais da vida. Para isso basta a ignorância. Que tem que se espalhafatar para se fazer ouvir. Há uma maciez inata e inerente ao nada. É como se fosse redonda e fofa. E nos almofadasse os dias. Há algo de profundamente liso neste encontro com o silencio. Imaculado até. É por isso que é sagrado. E nem todos o reconhecem. Ou conseguem viver.
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