Zumbe a cabeça quando caio no silêncio. Quando mergulho na minha doce solidão de ser. Em mim.
Preciso do silencio como quem precisa de respirar. Preciso deste espaço. Deste vazio. Deste nada. Preciso da solidão para me encontrar.
Preciso do som que não sinto à minha volta. De zero agenda. Zero afazeres. Zero poluição.
A azáfama retira a capacidade de se ser. Leva consigo a doçura de dias sem nada. Para fazer. Leva a paz. Leva pela mão. A criança que brinca dentro. Só porque sim.
É preciso não esquecer o espaço para respirar. Reservar tempo para descansar. Não colocar às costa o mundo das tarefas que fazemos nossas e nos prendem. A dias de esforço sem se saber.
O vazio é a liberdade. Que podemos guardar dentro se quisermos. O silêncio é a gaiola aberta. A ponte entre o conforto e o lado cru. Que guardamos dentro.
E nada pode ser mais doce do que tempo de mantas grossas e lugares quentinhos. Quando lá fora o tempo urge. O vento leva. E a chuva lava.
Que a sesta se demore com sol no rosto. Que o inverno nos sirva para fazer desacelerar. É que o frio tem a capacidade de nos aquecer por dentro. Para que todos nos possamos. Recarregar.
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